Morte e ressurreição do Amor
O Amor morreu as doze horas, envenenado de saudade
A solidão aproveitou a situação e foi logo sem perder tempo,
Convenceu os olhos a chorar, e apertou fundo o coração
Deixou as pernas pesarem como blocos de concreto
E nas horas que se seguiam, litros de solidão foram derramados
E numa veia de pouco movimento, o sangue se tornava fraco
O coração quase sem forças, bombeava-o com desanimo
Um suor frio e nervoso descia pelo rosto, junto as lagrimas
As mãos eram geladas e este frio, já subia ao resto do corpo
Nada de que a cabeça pensasse poderia tornar este fato diferente
O relógio parou naquele instante, ou os olhos já não enxergavam
A boca estava mais seca do que nunca, nem o vinho poderia acalmá-la
Os lábios só eram lubrificados com lagrimas de dor
Uns olhos tristes parados na frente do espelho, foi o que viu
Com tantos empecilhos, só a dor crescia no seu interior
Desta cena, a Morte riu; quis ter até um pouco de compaixão
Mas cravou no coração apaixonado uma lança fria
Pouco sangue sobrara para jorrar pelo orifício, e a Morte sorria
Tudo estava tão perdido quanto você pode imaginar que está
Mas um milagre divino estava para acontecer
E foi então que ela surgiu, numa armadura de vento
Usando um fino turbante sobre seus ombros; e não havia espada em sua mão
Com apenas um toque no meu corpo, senti de volta toda vida
Sangue quente nas veias, e minha alma estava de volta; derrotamos todo mau
Triunfamos sobre a Morte e recuperamos o Amor, dez vezes mais forte