A Eterna Esperança no Amor
 
Solidão é amiga que não tem hora,
que não marca encontro, chega de surpresa.
Não se ocupa com a piedade e com a razão,
pouco caso faz às faces tristes dos seus afetos.
Talvez seja cega, e não veja a tristeza...
E talvez se vingue por isto,
não querendo sentir a luz dos olhares,
não percebendo o desatino que causa.
Talvez também seja surda, 
e não escuta os clamores dos feridos.
Talvez seja amante do abandono,
mas esposa infiel de um coração.
Só teme o amanhã, só teme a descaso.
Justo ela que é tão indiferente...
Mas parece não ter forças contra a esperança,
parece se perder quando encontra a fé.
Se vencer o presente, pode conquistar o futuro,
mas o que pode ela contra quem quer ser feliz?
Contra quem não aceitar se curvar às dores?
Que importa a dor, frente à possível felicidade?
Então, sabe-se que as ilusões são suas irmãs,
sabe-se que alguns sonhos são seus fraternos,
mas nem todas as ilusões são suas parentas,
nem todos os sonhos lhe são familiares.
Viver é um risco inevitável, 
é somente para quem quer viver.
É para quem acredita no amanhã,
quem sabe a dor da queda,
mas ergue-se em busca do novo dia.
É assim que a esperança derrota a solidão,
é assim que a semente de flor se espalha,
fazendo jardim no deserto coração.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 16/05/2009
Reeditado em 12/09/2009
Código do texto: T1598215
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