Confesso...

Confesso, ainda choro ao ouvir Chopin.
Noturnos varando a soturna noite,
E o meu coração transbordando esplim.
E este vento que me machuca como açoite!
 
Confesso, ainda estremeço ante o mar.
Afloram meus desejos escondidos
De atravessá-lo para te encontrar
E nos perdermos entre seus arpejos.
 
Confesso, ainda estimo o tocar da brisa,
Desalinhando meus negros cabelos
Em gesto de carinho que eterniza
Teu destino no meu sem atropelos.
 
Confesso, ainda colho o aroma das rosas
Na manhã umedecida de sol,
Enquanto ouço as primeiras aves maviosas
Saudarem alegremente o arrebol.
 
Confesso, ainda junto as minhas mãos
Para agradecer a Deus pela vida.
Mesmo que os versos pareçam pagãos,
Meu eu eleva-se em prece sentida.



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