Vai, Amor!
Vai cantando pelo mundo, contente,
Minha bela pastora e mulher amada!
Vai retirando as pedras das estradas
E colhendo boas flores das vertentes!
Vai esbanjando tua formosura e alegria.
Corre pelos campos do mundo, brincando...
Recolhendo os tantos seixos e os levando
Para que possamos fazer uma moradia!
Vai! Monta em minha égua mais veloz
Que te acompanharei em meu cavalo
Até o monte alto onde nascem dois sóis
E os sonhos nascem crescidos e alados!
Vamos! Lá onde o céu está em ferrugens
Faremos do amor encantamento e delícias
Amar-nos-emos em cama tecida de nuvens
Corpos nus; Entrelaçadas... Nossas línguas!
No manto cerúleo um jacto de tanta luz
Que deixará argentadas nossas epidermes
Em contraste fabuloso com montes azuis
Enquanto os lábios se roçam... De leves!
Apenas um bando de anjos testemunhando,
Sorrindo e tampando as bocas com as mãos
Enquanto nossas pernas vão se entrecruzando
Colados o meu coração com o seu coração!
Vai cantando pelo mundo alegremente
Minha bela pastora, Laís amada,
Beija as flores roxas docemente
Roça teus pés na manta relvada!
Espero-te até que a mão do tempo
Toque-me, polvilhando meus cabelos,
(Se Deus me de esse prêmio de sorte)
Ou mesmo me toque o dedo da morte,
Pois só você me traz contentamento
Te amo! Sou teu sol... É meu espelho!