Amar como um deus
Forte saudade no desenho de tudo,
nesse silêncio moroso que me acha
quando levito o humor e acho graça
em tudo triste que passa à minha frente.
Vai-te, memória, comer besouros,
deixa-me alegremente triste como um pacato touro
que inda não quis voar.
Perdi meu melhor jeito de voar,
andei sobre brasas incandescentes,
achei as lágrimas, virei gente,
só disso posso me lembrar...
Vai-te, memória, vai-te depressa,
deixa-me sem sede e cheio de águas
e hei de lavrar os mares de minha calma,
viver como um anjo, amar como um deus!