ANJO OU DEMÔNIO?

ANJO OU DEMÔNIO?

Estranha presença que sinto

Mesmo com a tua ausência

Mesmo com a tua “aparente” indiferença

Você surge em meus pensamentos

Quando eu mais evito

Pensar em você

Surgem as memórias de infância

As bonecas, os brinquedos tão lindos trazidos por um sentimento

Pelo qual não enxergo razão e definição

Você chegava

Alto

Grande

Forte

Fazia-se presente para o meu pequeno ser

Era estranho tocar em seu rosto

Havia uma barba

Óculos

Seriedade e amor

Misturavam-se por alguns segundos.

Quem era você?

O anjo da noite?

O demônio da madrugada?

O amigo sincero e leal?

O adulto sério e brincalhão?

O ser mais indiferente que conheci até então...

Os anos passaram.

As mágoas não.

Porque tanta imperfeição?

Porque tanto desamor?

Telefonemas anuais,

Você era o Diabo, o Demônio?

Você era o eterno criador de histórias, prosas, poesias, haikai.

Sempre cercando,

Perto, longe, estranho.

Como entender sua personalidade?

Estranho com os amores.

Estranho com a família,

Estranho com os melhores amigos e amigas.

Esqueceu do passado,

Agora vive mergulhado em textos e dinheiro latente.

Pessoa ambiciosa e mesquinha, rancorosa.

Personalidade mudada

Que marcou uma infância

Por uma ternura hoje inexistente e fulgás.

Não sei como chegar até você.

Acho que já alcancei o limite deste relacionamento,

Em meio a esses fragmentos de memórias da infância.

Mas, há um fato inevitável.

Se não morremos... Envelhecemos.

E passamos a ser dependentes muitas vezes de quem tanto massacramos, magoamos e por orgulho não amamos, pois o egocentrismo era maior que tudo e todos.

ANDRÉA ERMELIN

16 DE MAIO DE 2009.

SALVADOR-BAHIA/BRASIL

SÁBADO

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 15/05/2009
Código do texto: T1596668
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