Poetizando o Amor
Rasguei tudo de ruim que havia em mim,
joguei fora tudo aquilo que não prestava,
as lembranças boas, felizes e construtivas
ficaram intactas, insolúveis, saíram incólumes,
toda malemolência e malícia que existia sumiu.
Uma brisa de positividade inebriou meu ser
de uma maneira avassaladora e incorruptível,
uma força absurda e indelével brotou plena.
Os pensamentos plúmbeos e monocromáticos
que perturbavam e corroíam a minha alma
esvaíram-se junto com o caos que há muito
havia se instalado em minha vida gélida.
Foi quando percebi aquele olhar de soslaio
pairando sobre mim, buscando decifrar-me.
Aproximou-se sédulo, me deixando incrédula
falando do sofrimento por meio de litotes,
fiquei desnorteada, confusa e ressabiada,
depois, suas poéticas palavras acalentaram-me.
Aceitei o seu amor de modo literal e retribui,
toda dor pungente transformou-se em esperança,
sua presença era um deleite aos meus sentidos,
riamos, chorávamos e compartilhávamos tudo
desde o que buscávamos manter absconso,
até nossos mais pudicos e inocentes devaneios,
queria gulapar sua presença, seu riso, seu ser,
numa relação simbiótica de supervivência.
O amor renovou, reeditou minha essência,
trouxe um novo significado para meus atos,
permitiu desvencilhar-me do egoísmo bruto
e tornar-me uma pessoa altruísta, benevolente,
destemida e, ininterruptamente, invencível.