TRÊS CORTES NOS PULSOS
Meu apreço por mim mesmo se foi
Pagaria qualquer preço,
pra me livrar do que hoje recebo de graça:
infelicidade, angústia, rejeição, solidão.
Tudo isso me custa caro,
porque se pra outros ser feliz é normal,
pra mim é algo raro
A vida já não tem mais graça
Não há mais prazer em nada que eu faça
Meus momentos de felicidade
nunca passam de cinco minutos
Vou vivendo por obrigação
Olho pra frente, não vejo como terminar tão longo caminho
Hoje nada mais sou que um vulto
Um covarde que não tem coragem de pegar um atalho
fazendo três cortes nos próprios pulsos