ARCO-ÍRIS do AMOR

Os risos. A felicidade agora é um sentimento reprovável

e me rasga as veias com dentes de raios.

O jardim das delícias ecoa o nome teu sentido

no perfume das flores transformadas em ninhos

dos anjos despudorados para o amor.

O anjo derrubado desfia o arco-íris do amor

e faz dele um violino de hélio

e enforca o povo com uma oitava de fogo.

Um homem estranho de tão belo foi pendurado na suástica.

Atirado num matagal que se tornou brilhante,

mulheres inatingíveis confeccionam-lhe dos sonhos

uma nova espécie de lucidez:

a que eu te daria se tivesse teu rosto entre minhas mãos.

II

O navio de ossos atola na rota dourada e elétrica:

lamaçal estrelado.

Homem: um degenerado. Mulher: confundes as raças

em teu ventre delicado e canibal.

Mas assim mesmo um caminho para mais um passo,

uma criança, um beijo, uma aurora.

E o amor - ideal de energumenos.

A manhã de cristal esquenta-se ao som alado

e o deleite é eterno aos que compreendem a natureza.

Abandone a idiotice desta canção,

e preste a atenção nos pássaros

e nas formigas. Eles sabem.