A Lua e o Mar
No horizonte ausente sua luz deságua, uma bela lente...
Vertentes em clarão, cândida serpente que caminha,
Espelho d'água que ilumina, em ondas leves, marolas envolventes, Cursando lentamente o seu destino, toda gota igualmente dividindo a mesma sina.
Infinitamente se inclina na profundidade sem fim, a fria lua,
Tudo que consegue é ver a sua face esculpida em ternura,
Refletindo o véu prateado um triste caso de amor se perpetua
Com majestosa destreza, privilégio da natureza mais pura!
O mar chora adorando a lua, a lua chora adorando o mar.
Em fatídicas noites escuras, contendo a ânsia de se tocarem.
Quem sabe até a eternidade, não lhes haverá outra saída,
Senão amarem-se intocáveis um ao outro por toda a vida....