28 de Dezembro
Agente agüenta a saudade
Sem perceber que é maldade
O que ela nos dá pra viver...
Às vezes parece
Que o amor com ela engrandece
Mas a verdade é que se esquece
O quanto agente padece
Jogado à sombra da memória, e então
O peito minguado, o coração apertado
Um grito sem fôlego
Um pranto... explicado...
Longe de mim está seu calor almo
Seu olhar oblíquo, seu sorriso fácil –
Alegria que me cura –
Tua vida abastada, cheia de energia
Alvoroçada de libido –
Corpo teso sobre mim caído.
Tua voz, minha estrela guia,
Nesses dias, tornei-me surdo,
Nesta insólita distância do absurdo...
Acabei por conseguir entender
Que a saudade é um encanto vivo
E empolgante, da parte mais brilhante
Do amor que arrendou,
Que está longe, sem saber porque se distanciou,
E sem saber porque, não acabou...
Aumentou!