Preços
Manhã de domingo tão linda de sol e crianças
Correndo nas praças
Em cores de mil arcos-íris floridos matizes
Se amando de graça
Crianças brincando sem saber de nome de cor ou de raça
Só querendo brincar
Não precisam saber se têm moedas nem se têm cofrinhos
Todas podem entrar
No jogo de bola sem linhas ou Juiz, com goleira de pedra,
No pelado campinho
São todos bonitos no próprio corpinho magrinho ou gordinho
Ninguém fica sozinho
Os adultos, de longe, sentados nos bancos, olhar desconfiado,
Não enxergam o que vêem:
Humanos se amando felizes contentes e sem condição.
Com eles, adultos, só brinca quem tem:
Cofrinho lotado, roupinha de marca, carrinho importado,
“Sujinhos na praça”
E depois reclamam que são infelizes, doentes, sozinhos,
Que a vida trapaça!
Condenando a inocência matando as crianças que havia em si
A solidão os caça!
Os amigos somem, as amadas fogem das gaiolas de ouro,
Porque eles não sabem Amar de graça!