Versos Preguiçosos

Uma sensualidade
sem pecados e preguiçosa
se estende pela 
pureza da cor branca.
A estação é o verão,
mas é do coração
que se espalha
uma suave onda de calor
que a tudo domina.
O pulsar cardíaco parece
impulsionar as horas do dia,
uma integração
do ser vivo com a vida.
Lembranças dispersas
fazem o passado se mostrar
vivo no presente,
como que roupas velhas,
agradavelmente confortáveis
e bem ajustadas ao corpo.
Paz de espírito
que se aconchega ao corpo.
A memória ganha ares
de simplicidade pueril.
Uma conversa de cozinha,
algo de "mineirice".
Um grande quintal,
como aqueles das casas antigas.
A primeira floresta
encantada da infância...
Vida intensa mergulhada
em doce e agradável passividade.
O mundo interno
se irmana ao externo,
reunindo muitas partes
para gerar um ser
cheio de integridade.
Completo, porém receptivo.
Integração.
Os mares de oxigênio
brindam as narinas,
viajam para os pulmões,
reabastecem o coração.
E este pulsa num
rítmo musical,
murmura versos
aos ouvidos do cérebro.
E por ser a casa do sentir,
sente-se feliz.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 12/05/2009
Reeditado em 14/10/2009
Código do texto: T1590585
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