Ode aos olhos da mulher amada
Gosto quando seus olhos se calam
E deixa que o silêncio dos meus
Confabule com os seus
Segredos de outrora
Descasos passados
E longos beijos
Gosto quando seus olhos se fecham
E permite que no sono dos meus
Sonhe com sonhos sonhados seus
Um pedaço de mar
Um conto de fadas
E vestígios de amor
Gosto quando seus olhos falam
E faz a interlocução com os meus
A partir da vista retórica dos seus
Que nem sofistas
Alquimia de palavras
Em poções mágicas
Gosto quando seus olhos mentem
Em não mais querer ver os meus
Atento às verdades dos seus
Que nem criança
Sem dança e ritmo
Em canções de guerra
Gosto quando seus olhos presentes
Tira do ausente os meus
Pra perto dos recém chegados seus
Mais um dia a mais
Que o vento trás
Com um tanto de paz