Ode aos olhos da mulher amada

Gosto quando seus olhos se calam

E deixa que o silêncio dos meus

Confabule com os seus

Segredos de outrora

Descasos passados

E longos beijos

Gosto quando seus olhos se fecham

E permite que no sono dos meus

Sonhe com sonhos sonhados seus

Um pedaço de mar

Um conto de fadas

E vestígios de amor

Gosto quando seus olhos falam

E faz a interlocução com os meus

A partir da vista retórica dos seus

Que nem sofistas

Alquimia de palavras

Em poções mágicas

Gosto quando seus olhos mentem

Em não mais querer ver os meus

Atento às verdades dos seus

Que nem criança

Sem dança e ritmo

Em canções de guerra

Gosto quando seus olhos presentes

Tira do ausente os meus

Pra perto dos recém chegados seus

Mais um dia a mais

Que o vento trás

Com um tanto de paz

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 10/05/2009
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