TUDO PROGRAMADO
Tudo era tão programado
Quanto a vida,
Quando ela quer,
Poderia ser...
De resto, eu,
Você
E todo aquele conjunto
De solenidades quotidianas
A se obedecer...
À mesa
Leite e café
Mamão e pão
Queijo e presunto
Jornal à mão,
O gato junto...
No cama
O déficit de querer,
A falta assunto...
Os corpos cobertos,
Decorados por tecidos,
A cegarem o outro...
Pois não disse?
Tão previsível...
Ainda mais,
Aquele detalhe do
“Não se falarem...”