FEBRE da POSSE

Vem. O caminho é livre, a cartomante

abre a passagem pela moeda da sombra.

Vem. O que é do Amor

sem o vinho, a pimenta e o éter?

Eu levo na bengala o código da nobreza

seguindo a mulher que muda a cor

da minha alma pelo olhar, o que é o ter

sem a febre da posse?

Pois já extenuei o fogo que oculta

o rosto do sol de tanto atravessar

o deserto, certo de que o amor se existe

fica depois do abismo soluçante dos astros,

até que já morto para a fé despertei

na aurora flamejante de um novo heroísmo

quando a magia aparece lógica

definitivamente no amor da mulher.