Ao amor que está tão longe...

Ao amor que está tão longe,

Leva vento outonal, o meu recado:

- Minhas mãos estão frias;

Lágrimas incontidas rolam

Suavemente por meu rosto;

Minha voz perdeu a melodia.

Minha alegria: quem a terá roubado?...

Sou frágil barco de papel

Efêmero como todos os sonhos de criança...

- Quisera eu voar!

Bater em tua janela, alegrar,

Teus olhos que, por vezes, são tão tristes!...

Gostaria de ouvir teu riso novamente!

Povoar de sonhos tua vida

Na alegria, ser-te eu, guarida

Em pleno vento outonal...

Ler-te, como se lê a mente

De um eterno sonhador...

Falar-te em voz suave e macia

E, com mãos de veludo, acariciar a tua fronte,

Coroando-te como dos sonhos o meu príncipe...

Acolchoar o chão por onde pisas,

Perfumar a cama onde dormes,

Levar-te o café, todas as manhãs...

Ser-te apenas oferta, sem nada pedir...

(Ah! Esta distância me castiga

E, ao mesmo tempo, me fascina

Ante a expectativa de que um dia virás...)

- Vento! Leva o meu recado

Ao amor que longe está!...

- Mas toca-lhe de leve, suavemente,

Como se fosse meu beijo

Ou meu sussurrar...

Para que ele saiba que quem lhe envia este recado

É aquela que nasceu para o amar!...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 09/05/2009
Código do texto: T1584220
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