O Menino, o poeta e as mães

Edson Gonçalves Ferreira

Eu levantei cedo, fui fazer pilates

E, ao voltar, encontrei o Menino dentro do meu carro

Atrevido, Ele me disse que resolvera dar uma volta

Liguei o motor e pisei no acelerador

Ele colocou a cabecinha na janela

E vi seus cabelos levados pelo vento

Chamei-Lhe a atenção

Disse que Menino tem que usar cinto de segurança

Andar no banco traseiro

Ele sorriu

Disse-me que tem mais de 2.000 anos

Que é um Menino diferente

Aí, então, falei das preocupações das mães

_ Minha mãe está ao meu lado!

Eu sei, respondi

Você A levou para o céu

Sim, levei ela porque o poeta estava errado

Ela não é uma mala, mas uma mulher adorável

Na hora, retruquei: _Todas as mães são adoráveis

_ Devia ser assim, poeta, você vê só com o coração...

Aí, então, pensei nas mães que deixam os seus filhos

E, mesmo assim, ponderei com o Menino

_ As mães que deixam os seus filhos, devem ter motivo fortíssimo...

Olhando-me de lado, o Menino sorriu, divinamente

E, em seguida, retrucou:

_Poeta, seu coração não cabe no seu corpo, mas existem, infelizmente, mulheres que não valorizam seus filhos...

Aí, nessa hora, fiquei cabisbaixo

O Menino olhando o meu semblante, completou:

_ Poeta, meu querido, você só vê a mãe como figura idealizada!

Aí, neste momento, não resisti e respondi:

_ Sim, para mim, todas as mães são virgens e puras e são uma

espécie de raínha como é a Sua, Danadinho.

Somente escutei uma risada, porque o Menino se fora.

Divinópolis, 08.05.09

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 08/05/2009
Código do texto: T1582936
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