"De Olhos Vendados"
"...A luminosidade do seu sorriso contrasta com a chuva lá fora,
Muito embora aqui dentro o sol é você.
Palavra Concreta,
Me aquece por completo.
Onde eu objeto inteiro,
Reparto-me em mil pedaços tentando compreender a sua multiplicidade.
Salto da plataforma da razão e mergulho em seu olhar num momento de descuido seu, e me perco neste mar de sentimentalidades.
Supra - Sumo da criação, referencia quintessenciada do ser,
Faz-me reconhecer o que há de mim em você,
Visualizando seu universo mágico, cosmo infinitamente pessoal,
Que não fenece e se espalha no ar.
Personificação da primavera, renova-se e dá frutos todos os dias,
Encantando-me com a sua alquimia.
Ponto de chegada e partida,
Sua presença me inebria e torna-me mais leve,
Mesmo que a vida seja breve,
Ver-te se torna um momento eterno.
Mesmo que te querer seja uma utopia,
Vaga fantasia do poeta,
Que cercado de vontades e desejos consegue ver-te mesmo de olhos vendados.
Vejo andorinhas a voar emoldurando a sua beleza refletida no seu simples gesto de andar.
Maravilhoso poema que consigo ler,
Mas, jamais mais conseguirei interpretar..."
("De Olhos Vendados", by Carlos Venttura)