Não vou dar
Dispo a vestir-me de afeto
ou a chorar por amores esquecidos,
iludindo o divino de amar quase tudo.
Nem sei viver mais da vida,
por isso resolvi morrer de alegria,
castigo pela alforria de viver preso.
Se surreal é esse nosso amor,
paixões judiam-no infrenemente
e o que não há em mim tu sentes
e o que eu sinto de ti não te acorda.
Visto-me das ausências de roupas que te cobrem
e dos medos que já nos afastam
porque teu mundo é mesquinho demais
e o meu amor leva e traz tantas saudades.
Rasguemos as roupas nossas,
acabemos com o mundo ao redor
e se tu queres dor, é melhor
mas te dar isso o meu amor jamais suporta.