SONHANDO OUTRA VEZ
Sei do que sinto muito pouco.
Surpreso me entrego
ao desvario de sonhar de novo.
Se me jogarei, a dúvida persiste.
Vontade não me falta,
mas o mundo em si
é constante risco.
Como estará meu corpo
do outro lado do rio?
Devo me ameninar?
Devo, adulto, maduro, curtido,
voltar aos pensares da adolescência?
Tu passas por mim
e vejo uma miríade de possibilidades.
E sinto que basta eu me aproximar
para a chama arder,
mas
como estará meu corpo
depois da fúria do incêndio?
Pelo menos extraio
de tanta incerteza e afã
alguns versos
para ilustrar essa manhã.