Deita
Um desejo anda desarmado na escura noite,
caçando um cheiro estranho,
um corpo próximo,
um lindo pernoite.
Eu vejo a escuridão nos convidando
e o meu corpo desejando-te
e o meu olhar a descansar sedado.
É puro o sentimento deste amor,
dono dos desejos e de tudo o que te dou
quando desejo o outro desejo que por ti é-me ofertado.
Desejos fundos, amores dissecados...
há homens que amam,
há mulheres que sabem...
que qualquer desejo vinga
quando a carne é despertada.
Deita, nada diz, tudo ouve...
o meu amor chegou, já te olhou, te desejou...
e sobre ti há de tecer vontades.