A Lua que se Fez Mulher
 

Céu noturno, a lua se oculta,
mas brilha por entre as nuvens.
Névoa fina invade o relevo urbano,
criando atmosfera sensorial.
Os raios prateados do luar
infiltram-se pelos poros  do corpo.
Sente-se como que abençoado,
integra-se no ambiente noturno.
Está sozinho, mas não sente
o abandono da solidão.
Raciocínio desatento,
os desejos dispersos
dominam os pensamentos.
O coração pulsa silencioso,
ouvindo o murmúrio de confissões íntimas.
Nele energias livres parecem ser decifradas,
tendo seus segredos desvendados.
O corpo se arrepia,
por ele passam ondas elétricas,
uma agitação cheia de suavidade.
Ecoa ao longe um som musical
que lhe faz acender lembranças
ocultadas na memória.
Por um instante inquietando-se,
deixando o olhar avançar
pela moldura da janela.
Ainda a luz da lua, mas agora
a percebe se misturando 
às luzes da cidade.
Percebe e reconhece a vida,
mas sente-se como que anestesiado.
Num mesmo momento está presente,
mas parte de si está distante.
 
 
 
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/05/2009
Reeditado em 20/07/2009
Código do texto: T1579629
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