Sonho de um Oásis...
O tempo nunca me foi tão escasso, me sinto aterrorizado vivo e feliz...
Este pudor que me envolve me embriaga e me faz refletir em demasia,
Me senti estranho o dia inteiro e pensei em ti o mesmo tanto, nem mais nem menos.
E sem mais nem menos me esqueci disso também.
Garoa fina que insiste em insistir, engrossa, afina cai em um sem fim de gotas.
Nas páginas de histórias que me fascinam, vejo sinto e cheiro nitidamente:
Dragões, feras, princesas, francos, sarracenos, cavaleiros, elmos espada-escudo.
O destino feito a sangue e suor, de amor e ódio, lutas internas dos djins da alma.
Cimitarras em combates sem fins e sua pele morena temperada ao fogo infernal do sol dos olhos, do ventre da Rá.
Um desejo que me enlouquece e me cega de pavor em tê-la, em perdê-la, esquecê-la?
Quase tão impossível quanto a travessia dos desertos mulçumanos sem a força e a proteção de Alá que tudo sabe tudo vê e tudo pode.
Salve Alá pela sua mais perfeita criação que me desnorteia e me avassala de paixão...
Que meus olhos se seguem a luz do seu olhar,
Que seja meu guia a força suave e austera de seu caráter de mulher menina,
Que as constelações se alinhem no universo com o seu advento soberano,
Que eu me perca nas palavras e me demore a dormir perdido em adoração ao seu rosto, um oásis para meu deleite de amor supremo, e vencido pelo cansaço com o sono que sempre vem, traga os caminhos e trilhas do seu ser, nem que venha em forma de sonho apenas um resquício de um beijo e um afago seu.
Você é o meu zahir, a peregrinação a Meca não me santifica tanto quanto a viagem prazerosa a seu corpo que vale mais muito que o paraíso prometido,
Voltas e voltas dou entorno de você, minha sacrossanta Caaba de eterno esplendor.
A ti, em ti, pra ti...
Nada mais me satisfaz, nada além de tua áurea meus pensamentos e preces te dirijo.
Meu fim começa em teus sinais.