Infinito
Não há nada mais bonito
que o momento infinito
em que a gente sai da roupa.
Vivo só por esse encontro
quando entramos um no outro
invadindo o céu da boca.
Mesmo que não me revele,
lendo braile em sua pele,
sei decor os seus desejos.
Pois eu sei que é só pra mim
que você é linda assim
deste jeito que eu lhe vejo.
Eu não sei nada mais terno
do que esse imstante eterno
em que o céu vive na gente.
Viajo pelo infinito
quando morro e ressuscito
no aconchego do seu ventre.
Toda vez que estamos nus
o amor veste de luz
o que em nós se fez divino.
E a gente se mistura
numa troca de ternura
que acaba em desatino.
Não existe nada igual
ao seu gozo musical
refletindo o céu nos olhos.
Eu esqueço que sou eu
quando brinco de ser deus
e adormeço no seu colo.