Pastoril

Edson Gonçalves Ferreira

Já disse: eu não guardo rebanho, apascento versos

São eles os meus cordeiros líricos

Obedecem-me porque amo o Belo

Sem ele eu não vivo

Quando amo, amo

Quando escrevo porque amo ou odeio

Gosto de sentir tudo com intensidade

Se alguém não gostar, problema dele

A minha vida é música com acordes diversos

Há dias que vira sinfonia, outras marcha rancho, mas vou

Não gosto nem que me apontem o caminho

Geminiano que sou, custo a obedecer alguém

Nem o cabresto das rimas aceito!...

Meus versos são meu rebanho, pois

E não são domáveis, ao contrário, muito pelo contrário

Acho que na desordem há a ordem

Sou como o buraco negro que existe no universo

Absorvo a luz com uma fome enorme, incomensurável

Quem passa perto de mim, eu tento seduzir

Claro que não só para o calor dos abraços, mais

Muito mais para a ternura entrelaçada de almas

Quando nasci não houve um anjo anunciando

Mas, com certeza, lá do céu um anjo malfadado disse:

Esse menino vai dar o que falar

Talvez, seja por isso que escrevo

Como quem tem uma ferida aberta e quer gritar

Socorro, amor!

Divinópolis, 06.05.09

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 06/05/2009
Código do texto: T1579172
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