Normal...
Se a vida quer que eu não viva
E a morte não quer que eu morra
Haverá uma compreensiva
Alma aí que me socorra?
O que poderei fazer
Com tamanha algaravia
Se desistindo de morrer
Viver eu não poderia?
Melhor é deixar assim...
O que poderei fazer
Se a vida quer o meu fim
E a morte quer meu viver?
Pode ser que daqui a pouco
Encontre uma alternativa
Como talvez ficar louco
Que é apenas paliativa
Porque não vá que a loucura
Proíba que eu enlouqueça
Adoecendo-me com a cura
E a sanidade me esqueça
Meio são meio pirado
Pela vida repelido
E pela morte refletido
Neste meu normal estado:
Morrendo ao amanhecer
Vendo a vida ensandecida
E sem enxergar saída
Só conseguindo viver
Á noite quando me ponho
Que é quando redivivendo
Me salvo desenlouquecendo
Na paz insana do sonho.