Normal...

Se a vida quer que eu não viva

E a morte não quer que eu morra

Haverá uma compreensiva

Alma aí que me socorra?

O que poderei fazer

Com tamanha algaravia

Se desistindo de morrer

Viver eu não poderia?

Melhor é deixar assim...

O que poderei fazer

Se a vida quer o meu fim

E a morte quer meu viver?

Pode ser que daqui a pouco

Encontre uma alternativa

Como talvez ficar louco

Que é apenas paliativa

Porque não vá que a loucura

Proíba que eu enlouqueça

Adoecendo-me com a cura

E a sanidade me esqueça

Meio são meio pirado

Pela vida repelido

E pela morte refletido

Neste meu normal estado:

Morrendo ao amanhecer

Vendo a vida ensandecida

E sem enxergar saída

Só conseguindo viver

Á noite quando me ponho

Que é quando redivivendo

Me salvo desenlouquecendo

Na paz insana do sonho.

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 06/05/2009
Reeditado em 06/05/2009
Código do texto: T1578636
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