UM ESTRANHO NUMA TERRA ESTRANHA…

Sinto que venho de qualquer lugar

Não sei de onde

Mas sei que vou para outro

Ainda indefinido

Onde te irei

Um dia

Mas não hoje

Te irei encontrar

Sou como toda a gente

Feito da essência do pó das estrelas

Mas tu possuis o material original

Pois nunca vi entidade mais bela

E nessa estranheza

Que está entranhada em mim

Vejo

Com certa lucidez

Alguma clareza

O teu reflexo à luz de milhões de sóis distantes

De inqualificável beleza

E choro e sorrio

Choro e volto a sorrir

Pois o Invisível deu-me a visão

Que me deixa ver através dos teus silêncios

Das tuas ausências

A tua sombra clara

A tua companhia mistura de real e evanescente

O que estranhamente me completa

Que indica o ponto cardeal

Para onde me devo dirigir

E assim

Na minha peculiar odisseia

Por estes domínios terrenos

Aprendo o que é o amor mais profundo

A mais excruciante dor

Aprendo a medir

Todos os milímetros do teu corpo

E do espaço a meu redor

Que após

Mais de mil anos

Já sei de cor

Sentindo-me feliz

E infeliz

Sentimento agridoce

Que já acho normal

Porque te amo desde o princípio dos tempos

Simplesmente

Porque há amores

E seres como eu

Assim…

Um estranho numa terra estranha…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 06/05/2009
Código do texto: T1578413
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