UM ESTRANHO NUMA TERRA ESTRANHA…
Sinto que venho de qualquer lugar
Não sei de onde
Mas sei que vou para outro
Ainda indefinido
Onde te irei
Um dia
Mas não hoje
Te irei encontrar
Sou como toda a gente
Feito da essência do pó das estrelas
Mas tu possuis o material original
Pois nunca vi entidade mais bela
E nessa estranheza
Que está entranhada em mim
Vejo
Com certa lucidez
Alguma clareza
O teu reflexo à luz de milhões de sóis distantes
De inqualificável beleza
E choro e sorrio
Choro e volto a sorrir
Pois o Invisível deu-me a visão
Que me deixa ver através dos teus silêncios
Das tuas ausências
A tua sombra clara
A tua companhia mistura de real e evanescente
O que estranhamente me completa
Que indica o ponto cardeal
Para onde me devo dirigir
E assim
Na minha peculiar odisseia
Por estes domínios terrenos
Aprendo o que é o amor mais profundo
A mais excruciante dor
Aprendo a medir
Todos os milímetros do teu corpo
E do espaço a meu redor
Que após
Mais de mil anos
Já sei de cor
Sentindo-me feliz
E infeliz
Sentimento agridoce
Que já acho normal
Porque te amo desde o princípio dos tempos
Simplesmente
Porque há amores
E seres como eu
Assim…
Um estranho numa terra estranha…