UM VINHO, UMA ROSA

Anelei dar-te uma dádiva

que de todas fosse diferente,

um néctar, talvez, uma fragrância

mas só os beija-flores sugam

nos jardins essa essência

e o olor dos bons perfumes

não me é possível conceber

Vi-me assim num impasse

e fiquei a refletir ansioso

pois o melhor sempre mereces.

Foi quando avistei um ninho

e, súbito, veio o devaneio

coroado de grande magia:

que melhor néctar que o vinho?

Mas o teu belo colo, como perfumar

sem cair no lugar-comum?

Que missão mais árdua, espinhosa!

Meu coração, contudo, recordou:

ao lado do espinho há sempre

aquela que perfuma a brisa

e as mãos de quem a colhe:

a mais bela fascinante de todas,

a rosa.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 06/05/2009
Reeditado em 24/08/2009
Código do texto: T1578263
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