Corações Partidos 
 
Talvez conseguissem enganar
algum desatento observador,
mas hoje, de fato, são tristes,
saudosos das mentiras,

que ouviam e proferiam, 
insanos na sua sedução.

Na presença de um e outro
a sensação de serem castigados,
a infantil autocompaixão 
No cair das máscaras,

acuados pela surpresa,
ver a frente o próprio espelho.

um clima emocional insuportável, 
gerando dias cujas horas

pareciam moribundas 
que insistiam em não morrer.

Como conviver com a realidade,
quando esta desmente as ilusões?
querendo ludibriar a culpabilidade,

resolveram persistir no fingimento,
porém , nem toda a mais sutil astúcia 
se mostrava capaz

para conter tamanho incômodo,
e nisto havia sinceridade.
Um imenso peso, 

um enorme pedregulho 
a ser arrastado pelo chão, 
as dores psíquicas

se espalhando pelo corpo.
Deprimidos, rasgaram
fotos de momentos 
onde guardaram as lembrança .
Revoltados, riscaram ou quebraram

os cds com as músicas que embalaram
aquele superficial romance.
Resultando disto tudo
foram imagens sombrias,
a perda dos seus

intensos brilhos de bijuteria.
Até que em meio à covardia de ambos, 
conseguiram um dia unir-se em coragem, 
terminando o relacionamento.

Dando um basta no passado,
tentando encontrar solução
no passar do tempo,
curativo necessário
para estes partidos corações.  

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 05/05/2009
Reeditado em 25/07/2009
Código do texto: T1577775
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