Apenas 60 minutos,.. dos muitos 60 minutos que passei sem vc...
22h 12m – Deitada espero-te. Despojada de qualquer barreira física que te impeça de sentir toda a extensão do meu calor.
22h 14m – Mais uma volta no pensamento e aumenta a chama.
22h 16m – O que te demora? Porque faltas ao “preferir ela, (as)”. Parece que você não me enxerga.
Pareço ser transparente aos olhos teus. Se tu soubesses o fogo que mora em mim, com certeza iria querer neles se queimar...
22h 18m – A conspiração instala-se... Outros olhos, outras bocas, outros seres me incomodam, a ti cativam e vais deixando para mais tarde o que você até julgas ser o certo a fazer.
22h 20m – Será essa a resposta? Estremece o fogo. A imagem do teu sorriso longe do meu desfrute dói e incendeia outra chama que me consome, sem partilha.
22h 22m – Decido afastar essas incertezas, esquecer e dormir, não pensar mais em ti, que me privas de tua companhia.
22h 24m – Estaria combinado ou é minha apenas a fantasia? O que te atrasa, o que te desvia do meu caminho?
Porque não posso estar sonhando sozinha, existe algo mais que me prende a ti, só tu não acordas, adormecido nesse teu mundo de enganos.
22h 26m – Só tu saberás a resposta. Tenho de te dar tempo para olhar dentro dos meus olhos e te encontrares...
Depois ficará tudo bem, sem ter direito às tristezas, sem achares que devia de me sentir assim... Ai, meu Deus, será que um dia ele vai querer a mim!
22h 28m – Deve querer, meu coração diz que sim, mas, meu medo taxa um não bem grande e me entrega a dor do ter que esquecer. Vou acalmar meus temores com um banho.
Ligo o chuveiro com emoção, com vc em toda extensão de mim, espalho leve espuma em meu corpo e mergulho em esperança.
22h 44m – O calor em mim é demais e você não esta aqui!
Deslizo a minha mão pelos meus seios rígidos, desço em toque de piano pelo deserto ventre e me toco atrevidamente, num deslizar suave, sentindo com a ponta dos dedos os lábios macios, salientes e latejando de ansiedade de ti. Todo meu corpo te chama enquanto minha alma grita por ti...
22h 46m - Mais louca do que estava, derretida e molhada, seco-me e saio do banho a suar... Tenho urgência no teu chegar, do teu corpo no meu, de tua alma na minha!
22h 48m – Rebolo-me na enorme cama vazia, agarro-me ao travesseiro,
Pareço até sentir teu cheiro e enlouqueço!
22h 50m – Atiro aos pés o travesseiro, onde queria que estivesses.
ergo as ancas com as mãos nas nádegas.
Em deleite, finjo que me ofereço, imaginando os teus olhos me desejando com gula, com vontade de mim.
22h 52m – Porque te demoras, porque não vens pra mim, porque não ES meu???... Não agüento!
Nada mais queria nada te pode substituir, nenhuns dos braços que já senti são iguais aos teus, que quando os vejo me enlouquece me colocando em ebulição feito um vulcão...
22h 54m - Esgotada de frustração, enrolo-me no lençol.
Outros olhos, outros sorrisos te prendem longe de mim...
Que inveja, que solidão!
Que desperdício, que impulso de me esconder, eu não queria sentir tanto...
Mas não sei como te tirar de dentro de mim, quando tu chegas assim tão envolvente
Tão lindo se acordando em mim... não quero mais te por pra adormecer, o que eu quero agora é que fiques ou que se vai de vez de mim, preciso te esquecer...
22h 58m - Recusando-me a soluçar. Recuso-me a beber essa água com sal.
Vou sendo vencida pelo cansaço de querer demais o que não tenho e aos poucos entro em inconsciência de mim.
23h 12m – E sonhando, sinto o colchão ceder... Finalmente, estás comigo...
Mas, estou tão cansada, tão sem forças que perfuro a neblina da fogueira em braseiro e suspiro profundamente.
A teu existir aconchega-me e pareço sentir-te, chego a sentir o roçar de tua barba na pele do meu rosto...
Sem pensar em mais porquês na insistência da tua vontade,
deixo-me afundar no sono e como magia...mais uma vez,
Entregando-me a ti em sonhos feito realidade...
Eu só queria que o pulsar do meu coração fosse o teu guia de vez em quando.
Não pra que você se encontrasse em mim, mas pra que não se perdesse de ti nas tuas noites de escuridão.
Porque...
Eu não sei amar pouco,
Ser pouco,
Dar pouco,
Ser mulher pouco.
Eu sou uma mulher que se conhece e se permite.
Alguém que ousa e que arrisca.
Uma mulher que ri, chora, ama, goza,sofre e tantas coisas mais, iguais, mas, diferente de tantas outras, porque sou única e indivisível.
Eu sou uma mulher capaz de matar por quem amo e de morrer
Por quem me ama...
Eu sou uma mulher sem medo de ser feliz.
Eu sou apenas uma mulher que ama.