A ROSA DE MINHA JANELA
Hoje acordei distraída
Refeita do cansaço
Depois de sua partida
Fui à janela
Precisava sentir uma nova brisa
Ainda avultava meus pensamentos
A sua imagem sem panos sobre meu leito
Seus beijos noctâmbulos pairavam
Umidamente em meu corpo
Quantos demônios a me distrair
Nesses seus olhos atônitos
Procurava nos recônditos
Sem ter como te seguir
Estavas longe
Já muito além do horizonte
Onde o sol sempre se esconde
Onde os desejos se apagam da alma
Onde um solfejo no peito traz pura calma
Meu chamado preso na garganta
Não te traria de volta pra mim
Então percebi...
E o tempo se tornou insignificante
Quando meus olhos úmidos recolheram
Todo vigor e seu cheiro
Da rosa que deixaste pra mim
Na janela do meu existir
No vermelho das pétalas te senti
No vento, um sussurro inventado
Apenas mordi os lábios e ouvi
Qual uma muda promessa
Sua voz me dizendo:
“Estou aqui!
Espera por mim!
Antes que seque teu corpo
Estou de volta pra ti"