Poema 0695 - Do amor que vive
Volto como um sonho que não passou,
durmo entre o amor e seu corpo,
faço o jogo do ter e do querer,
até quando a lua for do céu e o sol do dia.
Caminho seus pensamentos como na areia da praia,
piso suave às palmas das mãos sobre seus seios,
deslizo os pés como meu corpo desliza sobre o seu,
desviro suas lembranças d'outros amores.
Sinta a paz neste pleno azul do meu céu,
feche os olhos e deixe seu espírito flutuar,
vem, faz crescer, construa sua hora de felicidade,
suba cada degrau até encontrar minh'alma.
Colha as flores do algodoeiro antes do meio-dia,
faz amor e depois feche os olhos para o sol,
sinta a água do riacho correr seu corpo,
pare no tempo como se fosse seu último êxtase.
Vê o brilho de paixão dentro dos meus olhos,
as palavras pulam da boca com sabor do seu beijo,
respiro o vento da noite do amor que vive,
levou-me ao mais alto do céu e ao fundo do sonho.
Esqueça as horas secas de amor, os amarelos das noites,
liberte-se daqueles desejos que nem sonhos eram,
sorria dentro da minha boca enquanto beija,
não precisa dizer nada, fique livre e volte mais um dia.
17/05/2006