INTERROGAÇÕES DO AMOR

Como saberei agora, eu explicar
as interrogações do inexplicável?
Não poderei nunca, condenar,
a mudança do teu gesto tão afável,
e nem indagar, sem saber, de onde vens,
porque com certeza tu tens,
desculpas suficientes para dar.

Não sei o por que, das flores murchas
eivadas de sonhos e sentimentos,
espalhadas no chão, pelos ventos.
Entretanto, jamais te recusarei,
o ardor de meu peito aberto.
Nem o frescor, agora já incerto,
dos meus lábios, eu te negarei.

Guardo meu abraço para te abraçar,
do jeito que eu sei, mais carinhoso,
terno, repleto de amor, melodioso,
brandidos em notas de sol nascente,
tal qual os acordes dissonantes,
de uma melodia, que ficaram perdidos,
nas noites escuras, frias e distantes,
embora sejam, para mim, tão sofridos.

Por fim dar-me-ei a ti, completamente.
Sim, irei correndo ao teu encontro,
atrelado vivo a estrela que primeira,
brilhar intensamente ao entardecer,
pois jamais eu poderei esquecer,
que fostes minha única amante verdadeira,
e para a qual estarei sempre pronto.

Marco Orsi