CORTINAS DA ALMA.
Enquanto o bom senso não me separar da loucura,
a solidão persistirá revisitando meu diário,
na madrugada onde a claridade ofusca uma idéia
e expõe um corpo nu e solitário;
sinto meus ossos reclamando o estresse cotidiano.
Quero o silêncio mas o vento é indiscreto,
seu silvo escandaloso açoita a janela,
soprando pesadelos e emoções, minha alma é prisioneira
e a caneta vilipendia a essência;
a força do verso pertence a ela.
Tenho a loucura e ausência do afeto,
porém, da perfeição dos SALMOS vem o alivio,
eu os devoro compilando paz e discernimento,
minha caneta é a testemunha a eternizar na página,
imprimindo a escrita e catalogando o gesto...
Os SALMOS ensinam; a dor não é infinita.
A poesia é meu alento.
O bom senso retorna, porque a loucura reclama a insônia.
O corpo nu abandona-se no colchão semiortopedico.
A caneta repousa semi-seca de idéias.
O vento ainda reluta e a janela não o condena,
contudo, agora é o cansaço que assina a trégua.
Fecham-se as cortinas da alma.