A Alma é Britânica
Não adianta já cansado corpo
Sentires saudades do cemitério
Relógio onde circulam os mortos
Destes giros e reciclos tortos
Porque a Alma nunca atrasa
E é ela quem segura a clave
Da profunda cova rasa
Cabina desta silenciosa nave
Que a leva a todos universos
Para ovular prótons e elétrons
Na luz do único núcleo que contém
O átomo neste incomeçável vaivém
Levanta-te! Que a alma por eterna é nova
E é ainda sem “habite-se” a tua cova
Não te apressa e toma mais um mate
Pois é ela quem consome a corda
E não erra o tempo de cumprir-se o vate.