Verdade ou Consequência

Jeito de menina, cabeça de mulher.

Já diziam que nem tudo o que parece, é.

Desde o primeiro encontro, lembro-me de nossa expiração ofegante,

De seus olhos e cabelos brilhantes e de seu beijo asfixiante...

Minha nossa... que boca!

Foi como se nossos corpos fossem um só.

Nossas almas tivessem dado um nó.

Momento mágico, com o Sol a brilhar,

Na rua, tendo como testemunhas as árvores, vi o tempo parar.

Naquele instante, iniciei uma viagem rumo ao desconhecido.

Campos abertos, fantasias futuras, tudo isso vem surgindo.

Viagem perigosa, um grande campo minado.

Desse jeito, vivo minhas semanas, muito angustiado.

Fico pensando por que e para que nossos destinos se cruzaram.

Pensamentos racionais, todos acabaram.

A cada novo encontro, novos desejos, novas emoções.

A cada novo encontro, nova tortura, novas situações.

Acho-me constantemente em reflexões e em como isso pode ficar perigoso.

Sempre em momentos inoportunos, estabelecem comigo um embate odioso.

Se ignoro meus desejos, hei de depois me arrepender.

Se conduzo-os à frente, hei de as conseqüências sofrer.

Acho que nesse momento, ninguém é capaz de entender o que se passa comigo.

Só sei que tudo está ocorrendo de modo inocente e passivo

Esse turbilhão de emoções, misturado às lembranças e à vida real, não me faz bem.

Sinto-me, de mim mesmo, um enfraquecido refém.

Com esse fato em aberto, termino esse depoimento.

Certo que, com qualquer opção escolhida, é inevitável o sofrimento.

De qualquer forma, hei de perder um pedaço de mim.

Espero que isso rapidamente tenha um fim.

Igor Costa