Despertai!

Que rasgue, as vestes de seda

Se entregue, ao deslizar das mãos

o corpo se esfrega na sede

Dos murmúrios incontidos então.

Arqueia o peito, ruma a boca

Que busca, leve e afiada

Mordiscar e sorver como louca

seio, ventre e corpo da amada

Enroscas tronco e pernas,

No ouvido, gemidos e juras

Cadencias despertas e eternas.

É rede, tua língua que invade,

Boca, pescoço e colo,

Esvaindo-se a noite, e o sono que nos cabe.