DOR, ETERNA DOR…
Há um derradeiro fantasma em mim
Derradeira negação
Que é tentar alcançar-te
Perceber a tua eterna incompreensão
Nunca te quis mal
Sequer ver uma lágrima caída
Por aquilo que eu possa fazer
Nem um lamento
Por lapsos falhados
Da minha forma genética de ser
E já atravessámos tantos mares
Tantos vales e montanhas foram escaladas
Tantos picos conseguimos alcançar
Mas nunca consegui realmente
A Ti chegar
E assim dei comigo a cantar quase em silêncio…
“Adeus minha quase amante
Não consigo caminhar mais
Nadar
Ou sequer falar
Erguer um amor
Que foi longe demais
No autismo de uma relação
Em que eras sempre a dona
Da suprema razão
Restando-me interiorizar a dor do coração
Armando-me em estóico
Pronto para tudo
Menos para o que veio a acontecer
É por isso que agora
Estou disposto a todas as lutas
A todas as batalhas
Menos àquela
Em que tenho de te sentir
Tenho de te ver…”
Dor, eterna dor…