MOÇA QUE PASSA...

Moça que passa

dê-me uma frase que

lhe darei um poema.

Meus versos são brancos,

sem contornos e sem rima,

são frágeis e sem metrificação.

Combinam, porém,

com seu olhar de menina

acriançada e desprotegida...

Moça que passa quem nos braços te enlaça?

moça que passa

de sorriso e graça

e pele aveludada.

Seus cabelos são cor de mel,

seus passos são divinais...

Seu olhar enfeitiça e atiça...

Quando você passa

faz sofrer toda mulher

dos viventes anônimos

desta minha rua sem cor.

Moça que passa

Fala-me onde se esconde

quando não passa.

Minha deusa da beleza

leve este mísero poema,

deste perdido poeta louco,

que voltou a ser menino,

depois que viu passar,

a moça que passa

todo santo dia na minha rua.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 02/05/2009
Código do texto: T1572014
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