Cantos dos Cantos de Amor
Lílian Maial
Canto I
Por onde anda aquele, por quem meu coração anseia?
O que tem a cabeça de filho, que se quer prender entre os seios, no colo,
para provar do conforto dessas mãos talhadas para o carinho?
O que tem os olhos de abismo, por onde se quer precipitar
e se perder em queda eterna, sem chão ou fim?
Eu, tua amada, envolta no negrume do teu olhar, doce amado.
Aquele, cujos lábios são pétalas em brasa, maciez que me queima de amor,
flor carnívora, rara flor, a me despetalar as vontades todas, todos os licores.
Eu, tua amada, a deitar a língua sobre tua pele almiscarada,
amado meu, homem entre os homens, bendito escolhido,
que entra na casa dos meus sonhos e ocupa o lugar na mesa,
bebe do meu vinho e come da minha carne.
Escolhe-me entre as frutas, madura e suculenta fruta,
à espera dos teus dentes clementes!
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Lílian Maial
Canto I
Por onde anda aquele, por quem meu coração anseia?
O que tem a cabeça de filho, que se quer prender entre os seios, no colo,
para provar do conforto dessas mãos talhadas para o carinho?
O que tem os olhos de abismo, por onde se quer precipitar
e se perder em queda eterna, sem chão ou fim?
Eu, tua amada, envolta no negrume do teu olhar, doce amado.
Aquele, cujos lábios são pétalas em brasa, maciez que me queima de amor,
flor carnívora, rara flor, a me despetalar as vontades todas, todos os licores.
Eu, tua amada, a deitar a língua sobre tua pele almiscarada,
amado meu, homem entre os homens, bendito escolhido,
que entra na casa dos meus sonhos e ocupa o lugar na mesa,
bebe do meu vinho e come da minha carne.
Escolhe-me entre as frutas, madura e suculenta fruta,
à espera dos teus dentes clementes!
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