AMOR
Quando te vi a voz não saia.
Presa na garganta sem pronuncia
Perplexa olhava inerte.
Seria o destino ou talvez a sorte!
Um turbilhão de pensamento
Fervia entre os neurônios.
Entre indagação e argumento;
O oxigênio enchia os brônquios.
A emoção tomava grande proporção.
Elaborava uma petição.
Razão pedia socorro ao bom senso.
A paixão dominava até o pensamento.
Naquela hora quando te vi
No coração passou a existir.
Vinte e quatro horas no ar.
Como o ar que não pode faltar!
Não deixou espaço vazio para surpreender.
Até na sombra via você, sem compreender.
Como pode com força subjugar.
E esse amor tão grande dominar.
Pois sem você falta o ar.
O coração começa a parar.
A rolar as muitas lágrimas.
E o coração sofredor em chaga.
Em subterfúgio obvio
A razão tonta por um fio.
Sorte ou dor! Tanto amor a sonhar...
E essa chama que continua a queimar...
Hortência Lopes