AMOR

Quando te vi a voz não saia.

Presa na garganta sem pronuncia

Perplexa olhava inerte.

Seria o destino ou talvez a sorte!

Um turbilhão de pensamento

Fervia entre os neurônios.

Entre indagação e argumento;

O oxigênio enchia os brônquios.

A emoção tomava grande proporção.

Elaborava uma petição.

Razão pedia socorro ao bom senso.

A paixão dominava até o pensamento.

Naquela hora quando te vi

No coração passou a existir.

Vinte e quatro horas no ar.

Como o ar que não pode faltar!

Não deixou espaço vazio para surpreender.

Até na sombra via você, sem compreender.

Como pode com força subjugar.

E esse amor tão grande dominar.

Pois sem você falta o ar.

O coração começa a parar.

A rolar as muitas lágrimas.

E o coração sofredor em chaga.

Em subterfúgio obvio

A razão tonta por um fio.

Sorte ou dor! Tanto amor a sonhar...

E essa chama que continua a queimar...

Hortência Lopes

Hortência Lopes
Enviado por Hortência Lopes em 02/05/2009
Reeditado em 15/04/2023
Código do texto: T1571154
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