PALAVRAS DE UM POETA

Chegou a hora da verdade

Diante do espelho, aqui estou.

De frente para um enigma indecifrável.

O maior de todos os fantasmas que

vagam na escuridão da noite.

Um medo que refugia-me da solidão pálida.

Meu encontro comigo mesmo.

Um momento ilustre sem brilho.

O que sou? Sou real? Ilusão?

Imaginação sem começo ou fim?

Não! Sou um louco desvairado.

Mil faces compõem meu teatro.

Cada máscara esconde um segredo.

Sou a lua namorando as estrelas.

Sou o vento que sopra sem rumo

à procura do infinito distante.

E no horizonte, ao pôr-do-sol,

fico a te comtemplar, a querer a tua imagem.

Inútil. Lágrimas já não bastam.

Gritos roucos, sufocos.

Ânsia maldita. Pouco.

Não és minha.

Os passos em direção a lugar nenhum.

Pensamentos vagos e imprecisos

cheios de relevações insignificantes.

Minha inspiração vem do nada.

Talvez de minhas tristezas, que afogam

As esperanças últimas de teus beijos,

a tocar meus lábios como mãos de anjos,

o mais puro e divino sedutor dos céus.

Meu universo é um pequeno grão de areia,

que inunda meu ser em

paixões tristes e desejos amargos.

Sou refém de mim mesmo,

prisioneiro de meus prórpios sentimentos.

Olhares frios e mudos.

Mágia secreta que encanta admiradores.

Minha alma sussura tua eterna presença.

Seu olhar é de doce ternura.

Pérolas flutuantes que me enfeitiçam.

Farol que me guia em meio

à tempestade deste mar calmo e sombrio.

Tenho lembranças de mim, de nós.

Procuro-te, não te encontro.

Este apelo é em vão.

Estou em um abismo profundo

a chamar por teu nome

e não me respondes.

Janelas abertas, carícias ardentes, escombros e ruínas.

Então eu ponho a tinta da caneta no papel.

Ensaio as letras de um canção.

Os versos de um antigo livro,

empoeirado na estante velha.

O poeta e a poesia.

Dois amantes inconscientes.

A gota de orvalho que rola da pétala da rosa vermelha.

A gota de sangue que escorre do punhal,

manchando o linho branco.

São momentos de um artista.

Palavras jogadas ao vento.

Vazio íntimo.

Não sou um grande poeta,

que fascina admiradores.

Sou um simples amador. Eu amo a dor.

O sofrimento é o remédio que alucina minhas visões.

Te vejo, te quero, te desejo, te amo.

E se eu consegui escrever estas palavars

é porque arranquei forças do fundo do meu ser

para tentar novamente te buscar.

Por isso, ouça a minha voz.

Feche os olhos e veja-me.

Não pense, sinta-me

Não fales, faça silêncio.

E por minha vida me ame.

Simplesmente me ame...

Saulo Sozza
Enviado por Saulo Sozza em 01/05/2009
Reeditado em 09/09/2009
Código do texto: T1570543
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