AQUELES OLHOS NEGROS

Ai meu Deus aqueles olhos!

Aqueles olhos ébrios

Olhos negros envoltos em uma face

Perdida com uma seriedade aguerrida.

Ai meu Deus aqueles olhos!

Olhos temerosos e convictos,

Que tanto terror inspiram.

Aqueles lábios doces como

Como o sabor da esperança.

Aquele corpo pequeno e fugitivo

Como as andorinhas que procuram

O sol de verão e fogem

Deste inverno vazio do meu coração.

Ai meu Deus aquele sentimento

Efêmero como todo prazer,

E que por ser supremo

Não acaba mais.

Deus me livre de um dia ver-te

Ébria, perdida, negra e temerosa.

Sabe Ele, que meus lábios,

Montes gelados.

Meu coração,

Eterna cordilheira.

Derreteriam-se ao calor desta erupção.

Deus me perdoe,

Se um dia te tendo perdi,

Se um dia querendo-te

Não insisti.

Agora sigo meu caminho

Como arvore seca

Sem esperanças de uma chuva de verão.

Felipe Duque
Enviado por Felipe Duque em 01/05/2009
Código do texto: T1570400
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