Poeta!
Fala-me dos teus amores
Os que marcaram
Os que valeram
Ou daquele amor único
que te abrasaste por anos
mas deixou-te zonzo e perdido
numa fria madrugada.
Conta-me de tuas andanças
teus empenhos, tua bonança.
Escreve em versos, sonetos, cartas
ou cânticos ou mesmo um tratado
em metonímia ou metáfora.
Afinal, o poeta ama, incondicionalmente,
todas as luas e as estrelas
e o reflexo delas nas águas.
Ama sim,
mesmo que não as veja,
mesmo que nem existam mares.
E por fim,
diz-me de tuas crenças
e de todas as tuas descrenças.
E diz-me, Poeta,
com todas as tuas palavras
se onde há paixão
há também veracidade.