Poema 0690 - Rio sem nome
Minha vida é um rio sem nome,
com água sem perfume,
sem beiradas, sem fronteiras,
somente um rio sem nome e perdido.
Não imploro que me amem,
tenho sombras que vão além das margens,
a chuva não me faz transbordar,
o sol não consegue secar meu brilho.
Enquanto espero amor, corro lento,
de beirada a beirada ao longo do meu corpo,
deixo os redemoinhos fluírem no leito,
como se apagassem os pecados de ontem.
Sou um rio louco e desesperado,
minhas águas não cantam nas cascatas,
não me darei por vencido até o mar,
até um corpo que me espera para desaguar paixão.
15/05/2006