ASAS DA ALMA

8.

À vida

por ti abro-te a porta,

a ti, ó que queres?

irrompe como sorrateira as chagas.

Vem pois conheço te o medo.

Tanto me faz pular das trevas a luz

Já nas asas da alma

Vem o tempo beber

contigo no vale,

o vinho branco junto a

minha boca

de mouro.

E já toda nua

a correr rumo ao rio

com os olhos petrificados,

mas nem o doce das amoras

me serve como sombras do consolo,

sem teu halito clamo por uma bala

de nitrogenio.