Entre Dois
Pluma suave, tez de pétala.
Divaga no vento,
transformando fúria em suavidade.
E por ser assim,
não a força do vento,
mas a delicadeza da brisa.
Semeia o ambiente
com monossílabos fugidos de sua boca.
São versos naturais
de uma poesia cheia de intimidade.
E sua imagem se entrega
ao envolvente raio prateado do luar,
ganhando, assim, contorno
de deidade dos antigos pagãos.
Fazendo-se calada,
mas, em seu silêncio,
tudo dizendo.
Deixe-me observar, pacífico
e deslumbrado, os seus encantos,
e assim poderei lhe dar
como presente o meu olhar fascinado,
aquecer-lhe o coração
com o afeto juvenil que guardo no meu.
E então, no despertar da nova aurora,
seremos mulher e homem
num encontro onde a realidade
haverá de mesclar-se com a fantasia,
onde a imaginação haverá de zombar
da sensatez da razão.