Sem Ter O Que Dizer

Cumprindo um ritual composto 
de obrigações e suas horas marcadas.
Agendando conveniências, 
lapidando belas hipocrisias, 
perdendo o encanto.

Sentindo a agonia do sorriso branco,
a anemia profunda dos sentimentos.
Um labirinto por onde divagam 
emoções perdidas.

Perdendo contato com a realidade, 
vivendo amarga ilusão,
Desejando romper para ter liberdade 
de tentar de novo.
Escravos dos últimos

resquícios de posse, 
infelizes amantes.
Enfraquecidos na intimidade, 
desleais nas suas novas fantasias.
Ambos falando 
e nenhum escutando o outro,
gerando antes confronto
do que o esclarecimento,
criando ofensa e mágoa, 
desânimo e desesperança.
E do pouco que se tentou dizer, 
criou-se enorme conflito.
Perdendo o brilho e a graça, 
deixando-se por conta de gestos mecânicos.

Desonestos com seus corações,
fazendo um pobre jogo de cenas.
Verdadeira falta de talento, 
maus parceiros, péssimos atores,

Nisto talvez encontrando
A tábua de salvação
num minúsculo pedaço de franqueza.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 26/04/2009
Reeditado em 22/08/2009
Código do texto: T1561801
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