Sonho de Ícaro

Ao atravessar as décadas de cera,
na multidão vi os passos da pequena...
Voei... Fui ao alto do penhasco pra vê-la,
quis beijá-la naquela noite serena!

Mas o Minotauro atrevido impera!...
Minhas asas, no alto, perderam penas...
Os raios causticantes me dilaceram!
- Voa por mim, anjo, tu és dono da cena!

... e o insano impede no catre quente,
sem rumo, perco o sentido da mente!
- Preciso, ansioso, de asas...Quero Voar...

Estou só neste dédalo. Doentio,
vejo o doce semblante! Neste frio
sou o Titanic, - o náufrago do mar!...


Ribeirão Preto, 28 de junho de 2004.
1h35 min.

Machado de Carlos
Enviado por Machado de Carlos em 26/04/2009
Reeditado em 04/12/2011
Código do texto: T1561007
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